O Papa Francisco desembarca nesta segunda-feira (29) no aeroporto Ciampino, em Roma (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)
O Papa Francisco disse nesta segunda-feira (29) que os homossexuais não
devem ser "julgados ou marginalizados" e que devem ser integrados à
sociedade.
Conversando com jornalistas a bordo do avião que o levou do Rio a Roma após a
Jornada Mundial da Juventude, Francisco também afirmou que, segundo o Catecismo da Igreja Católica, a orientação homossexual não é pecado, mas os atos, sim.
"Se uma pessoa é gay e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?", disse, em
uma das mais generosas referências aos homossexuais já feitas por um pontífice.
"O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem", disse. "Ele
diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso, mas que devem
ser integrados à sociedade."
"O problema não é ter essa orientação. Devemos ser irmãos. O problema é
fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas,
lobbies políticos, lobbies macônicos, tantos lobbies. Esse é o pior
problema", disse.
As declarações foram feitas quando o Papa respondia a uma pergunta sobre o chamado lobby gay do Vaticano.
"Vocês veem muito escrito sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no
Vaticano com um documento de identidade dizendo que é gay", brincou.
Mulheres
Francisco também afirmou que a proibição de mulheres sacerdotes na
Igreja Católica é "definitiva", apesar de que ele gostaria que elas
tivessem mais papéis de liderança nas atividades pastorais e de
administração.
"A Igreja falou e disse 'não'... essa porta está fechada", disse, em
seu primeiro pronunciamento público sobre o tema como Papa.
Ele se referiu a um documento firmado pelo falecido Papa João Paulo II
de que o banimento do sacerdócio feminino era parte dos ensinamentos
infalíveis da Igreja e é definitivo.
A Igreja afirma que não pode ordenar mulheres porque Jesus só escolheu
homens para serem seus apóstolos. Defensores do sacerdócio feminino
dizem que ele estava agindo conforme os costumes daquele tempo.
Banco do Vaticano
O pontífice também disse que o banco do Vaticano, envolvido em uma
série de escândalos, deve ser "honesto e transparente", e que ele vai
ouvir as recomendações de uma comissão que criou para definir se o banco
deve ser reformado ou mesmo fechado.
O Vaticano anunciou nesta segunda que
assinou um acordo sobre a troca de informações financeiras e bancárias com a Itália para combater a lavagem de dinheiro, confirmando reportagem da Reuters na semana passada.
Viagem de volta
O avião que transportava o pontífice, um Airbus A330 da companhia
Alitalia, aterrissou no aeroporto de Ciampino, em Roma, às 11h25 (6h25
de Brasília), após percorrer os 9.201 quilômetros que separam o
Rio de Janeirox da capital italiana.
O Papa desceu a escada do avião carregando a sua maleta preta de mão, que havia chamado a atenção já na viagem de ida.
Do aeroporto, o pontífice foi de helicóptero até o Vaticano, pondo fim a sua primeira viagem internacional como Papa.
O Papa
mandou uma mensagem pelo Twitter avisando que chegou, dizendo que sua alegria era maior que seu cansaço.
fonte:Do G1, em São Paulo